top of page
  • Foto do escritorLigia Cruz

É preciso ter orgulho de amar.



Estamos no mês do orgulho e dia desses canalizei uma frase que compartilho agora: Está na hora de reciclar o seu conceito de amar.

Frase essa que serve não só ao universo LGBTQI+ mas para todos os amores não "padronizados".


Amar sempre foi um "problema" quando olhamos para a história humana... Quantas referências de amores platônicos, impossíveis e proibidos temos em nossas lembranças? Sejam pelos fatos históricos, seja pela literatura ou pelas referências ficcionais dos contos de fadas e filmes.


O julgamento ao amor está sempre ali, as pessoas se sentem no direito de questionar o que se é vivido entre casais, sejam esses casais quais forem - heteronormativos, homoafetivos, bissexuais, poliamorosos etc.


Quantas vezes já ouvimos, "ela está com ele por interesse", "que absurdo a forma que tal casal se relaciona", "que estranho duas pessoas do mesmo sexo se amarem".

Não é de hoje que o amor é diverso, mas foi recentemente que as pessoas cansaram de esconder-se ou viverem preocupadas com as opiniões alheias...


Mas será que não ligamos mesmo para a opinião dos outros, quando esta se trata do julgamento sobre nosso modo de ser e de amar? Você já sofreu por ser quem é e por amar quem quer?


Esses julgamentos geram sentimentos de inadequação, de não-pertencimento e de não-merecimento. Muitas pessoas ainda se escondem e escondem seus amores por medo da não aceitação da família, dos amigos, da religião, do trabalho, dos apontamentos, das agressões gratuitas, dos olhares estranhos....


É só AMOR. É só SER.


Pois é, simples assim, mas infelizmente nossa sociedade ainda sofre do moralismo hipócrita que só serve para oprimir. Oprimir quem? O que? O outro ou a si mesmo? Vejo muito mais perdas do que ganhos com essas posturas retrógradas.


Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo-Freud

Ser quem se é e amar quem se quer não deveria trazer dor e medo.


Quantas pessoas foram excluídas de suas famílias/vidas e até exiladas, compulsoriamente ou espontaneamente, no exterior, em conventos e monastérios só por amar alguém do mesmo sexo ou diferente do "esperado"? Já parou para pensar nisso?


Quanto amor é desperdiçado por pura falta de consciência, compreensão, disposição em aprender, em ouvir, respeitar e aceitar?


Passou da hora de compreendermos que nossa forma de pensar impacta o todo, que nossa forma de agir pode gerar danos profundos na natureza humana. Natureza essa que, também, vem sofrendo com os abusos da falta de consciência sobre convivência harmônica e respeitosa .


Nesse jogo do julgamento moralista ninguém sai ganhando, todos sofrem, quem julga e quem é julgado. Pessoas feridas ferem pessoas. Pessoas que não se amam, não conseguem aceitar e respeitar o amor alheio. Será que vivemos uma epidemia das marcas da falta de amor? Ou da falta de se permitir amar?


Em uma análise mais profunda, talvez, estejamos falando sobre nossa dificuldade em amar o diferente e disso uma pergunta ecoa em minha mente: Porque temos tanta dificuldade com o diferente se a natureza é diversa?

Pra você que vive um amor diferente orgulhe-se! Para você que ainda julga, está na hora que reciclar o seu conceito de amar.

Aproveito para fazer um paralelo com os R's da sustentabilidade, para sustentar a habilidade de amar:

Reduzir o medo, Reutilizar a compaixão, Reciclar o amor, Recusar a intolerância e o preconceito, Repensar o modo de olhar o que é diferente.


Faça sua parte, grandes mudanças requerem pequenos atos diários.

Desperdice menos, ame mais ❤️ O amor é livre e diverso.


Deixo aqui um "hino" crítico e provocante, para esse momento de ORGULHO, de autoria de alguém que já reproduziu preconceito mas que reciclou seus conceitos ao longo de seu trabalho. 🏳️‍🌈🏳️‍⚧️


"Uma bala

Quase hétero

Etérea, massa, complexo

De não se entender

Um canalha

Quase hétero

Ignorar amor por complexo

Medo de nele se ver


É necessário quebrar os padrões

É necessário abrir discussões

Alento pra alma, amar sem portões

Amores aceitos sem imposições

Singulares, plural

Se te dói em ouvir, em mim dói no carnal


Mas se tem um jeito esse meu jeito de amar

Quem lhe dá o direito de vir me calar?

Eu sou todo amor, medo e dor, se erradicar

Feito o sol que ilumina a umidade suspensa do ar


Homo, homo, homo

Homo, homo, homo

Homo, homo, homo

Homo sapiens, errou"

Criolo - Éterea





26 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page