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  • Foto do escritorEvatania Azevedo

Meu filho não quer ficar sozinho

Está experimentando o sentimento do medo



Existe uma forma que ilustra este momento e pode refletir uma conduta positiva para a descoberta desse sentimento.


É esperado que uma criança por volta de seus dois e três anos de idade, comece a perceber concretamente que é um indivíduo e que está separada de seus pais. Esse é um processo que gera medo, medo de ficar sozinha, medo de lugares novos, medos diversos...


E por isso vou contar uma história que acompanhada de uma dinâmica pedagógica gera autoconhecimento e segurança nos pais e também nas crianças.


ELO DA CONFIANÇA

Existiu um lugar muito longe daqui e as vezes muito perto, numa casa muito grande e também muito pequena. E lá morava uma família. Um Papai. Uma Mamãe. E uma criança.

Ela era pequenininha e também muito grande e forte.

O papai tinha uma voz grossa e forte e sempre falava:

- Vou trabalhar lá na floresta e muitas árvores cortar.

A mamãe tinha uma voz firme e tranquila e sempre falava:

- Vou trabalhar lá no campo e muitas batatas plantar.

A criança era pequena e precisava aprender a esperar o papai e a mamãe voltar.

Mas enquanto ela brincava com seu boneco preferido, o boneco também falava. - Será que o papai vai voltar? - Será que a mamãe vai voltar?

E então esse boneco malvado sumia e deixava aquela criança muito sozinha. E aos poucos aquela criança começou a ficar triste, e assustada. Chorava e buscava companhia... não queria ficar sozinha no banheiro, não queria dormir em sua caminha, não queria passar pelo corredor escuro.

Seus pais ficaram também assustados, pois não sabiam o que fazer para ajudar sua criancinha a superar essa fase.

Então uma visita chegou e todo mau espantou. Ela trouxe lindas argolas coloridas e uma música ensinou.

Criança querida, papai e mamãe vão lá fora trabalhar.

Na floresta há muitas árvores para cortar;

e no campo verdinho outras batatas a plantar.

Criança querida, papai e mamãe sentem medo de não te encontrar.

Por isso, deixam essa argola bonita pra você não os soltar.

E assim todas as vezes que que papai e mamãe saiam pra trabalhar e a criança precisava esperar, uma outra argola deixava para ele segurar e quando a criança precisava ir a escola estudar, levava sua argola para os pais não soltar”.


Agora é possível aplicar uma dinâmica familiar em forma de brincadeira de esconde-esconde.


Com duas argolas e um fio de barbante bem comprido de cinco a seis metros. Amarre as pontas do barbante nas argolas, faça um rolinho com o barbante em uma das argolas, entregue a argola com o rolinho para a criança esticar o fio e se esconder dos pais e na outra ponta o adulto se esconde também, o fio fica esticado (Dê um puxãozinho para a criança sentir a conexão; e o adulto pergunta):

- Está sentindo a presença do papai ou da mamãe na sua argola ou na sua mão? ( Ele deve dizer que sim).

- Está vendo o papai ou a mamãe? ( Ele deve responder que não vê).

No entanto, saberá onde vocês estarão pela percepção do cordão.


EXPLICAÇÃO À CRIANÇA

Filho/a... todos os dias quando papai e mamãe saem pra trabalhar ( E FAZER O QUE FAZEM.....). O papai e a mamãe sentem muito medo do filhinho ( NOME DA CRIANÇA) esquecer da gente e não estar aqui pra nos abraçar de novo. Mas nós vamos resolver essa questão e apresentando essa solução!!

Pegue essa argola vermelha e guarde no seu bolso, na mochila ou do lado do travesseiro e quando eu voltar vou trocar por outra argola branca, por exemplo. Essa argola é a prova que nós estamos juntos e ligados mesmo quando não nos vemos.


Todos os dias nós vamos deixar com você um elo de confiança pra você pegar e lembrar da gente, enquanto estamos distantes. E quando nos encontrarmos vamos brincar um pouco, jantar bastante, dormir gostoso para descansar na nossa casa bem tranquila, grande, forte e segura...


Depois é importante ouvir o que a criança diz, reforçar o que for positivo e ajustar/regular/ confrontar os medos da criança com nossos próprios medos enquanto adultos, para que a criança conclua que o medo faz parte da vida.


O mais importante é observar que chega um momento que a própria criança percebe que a argola não será mais necessária, e aí reforçar que a confiança chegou. (Não apressar esse momento). O medo traz a confiança e a confiança se fortalece a medida que podemos contar com aqueles que amamos.








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