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  • Foto do escritorEvatania Azevedo

Uma pedra falou...

Atualizado: 12 de jan. de 2022




Uma pedra em meu caminho me conectou com minha ancestralidade e com a forma mais primitiva do meu ser.


Isso aconteceu quando os seres viventes neste planeta e suas formas mais atípicas desvendaram minha potencialidade.


Se hoje sou humana meu coração diz que já fui vegetal, talvez árvore, talvez grama. E quando vegetal e, estava intimamente ligada aos minerais, algo me dizia que também fui pedra ou água. Se hoje sou humana posso pensar que ainda serei estrela, luz ou arco íris.

Momentos de simplicidade.


Então...senta que lá vem uma história.


Houve um momento na evolução humana, quando tudo ainda era uma estrada sem fim.

Eu ouvi uma pedra me chamar a atenção:


- Olá... você aí... que está passando sem me olhar! – Você pode me levar com você? – Eu sou pequenininha e fico quietinha no seu bolso. - “ Nossa!!! Será que estou ficando maluca? Será que esta pedra realmente está falando?”


- Olá... Eu falo sim, principalmente com pessoas espertas. O que você quer saber sobre as pedras? - Eu sei um monte de coisas. - “Ok... Sou realmente esperta, curiosa e quero saber”.


- Muito bom, se você tem perguntas é sinal que podemos conversar. Então peço novamente que você me leve junto. -“ Tudo bem... Mas você me responde isso primeiro! Você é mutante?”


- Bom... se mutante for da categoria evolutiva, eu sou, porque dentro da espécie pedra eu consigo falar e também ler para matar o tempo. Sabe como é difícil ficar parada quando ninguém quer conversar. Para uma pedra ler é muito fácil e aprender a falar foi meu diferencial. Hoje sou uma simples pedra redonda e vermelha, mas... -“ Ei... você fala demais... Vamos conversar enquanto caminho. Pra onde você quer ir pedrinha vermelha?”


- Ah!!! Eu quero ir pra qualquer lugar. Ficar parada é que não quero mais. Sabe minhas irmãs foram embora quando um menino passou e, escolheu elas, porque eram grandes e coloridas e eu fiquei ali... naquele cantinho, acho que ele não me viu. “- E porque você não o chamou como fez comigo?”


- Eu não sabia falar naquele tempo. – “Entendi!”


- E você menina linda. Pra onde vai? - “Eu vou seguindo a vida para aprender a ser cada dia mais feliz. Passo por aqui em busca de novidade. E agora estou muito feliz conversando com você. Mais tarde podemos ficar juntas até dormir. O que acha?”


- Acho ótimo, cansei de ficar sozinha. – “Sabe de uma coisa, amiga pedrinha. Vou olhar aqui e acolá, em volta de todo o caminho. Talvez a gente encontre algo novo pra colecionar. Meu avô sempre me disse pra ficar atenta e curiosa para aprender mais rápido, nunca se sabe a hora que precisaremos de algo que já aprendemos enquanto não temos pressa de chegar a lugar nenhum. Veja como foi útil você aprender a falar!”


- Além de uma menina linda você também é muito inteligente. Acho que vou aprender muito sobre as pessoas estando junto com você. Me fale sobre seu avô. “- Meu avô se chama Antônio e mora bem longe da minha casa, mas sempre que pode vem me visitar e traz doces e livros, doces pra me alegrar e livros pra eu aprender a pensar. Amo meu avô e no fim do ano vamos até lá onde ele mora para comemorar seu aniversário e passar as festas por lá.”


- Desejo poder ir também. Você acha que seu avô vai se importar? - “Nem imagino isso! Meu avô..., assim, que eu falar de você..., vai querer te conhecer na hora! Ele também é curioso até hoje, disse que sua curiosidade nunca vai acabar.”


Ao longo do caminho essa menina foi crescendo e nunca se separou de sua pedrinha favorita, hoje uma linda mulher se recorda dos ganhos e mistérios que viveu, e nunca se preocupou muito sobre as esquisitices que poderiam pensar dela, porque sempre soube que, o quê importa mesmo, é ter com quem contar quando está sozinha.



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