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  • Foto do escritorDunia Poli do Valle

Agarra esse Prazer e chama de “SEU”, deusa!

Imagine duas crianças...


Uma menina, com vulva, vagina, útero, ovários...

Um menino, com pênis, testículos...


Como cada uma delas é criada em relação a sexualidade, ao próprio corpo e os relacionamentos amorosos?

Homens: "mostra o pintinho", "cadê o pintinho?", "esse vai ser pegador" , "olha aqui essa revista/filme/mulher pelada" , "quando crescer vou levar num puteiro" , fácil acesso a pornografia e filmes de ação/violência, desvalorização da expressão dos sentimentos...


Mulheres: "fecha as pernas", "senta que nem mocinha" , "você já tá uma moça, não pode andar por aí assim", "tira a mão daí", "aí não pode, é sujo, é fedido" , "tem que se guardar pro casamento", "tem que cuidar da florzinha", "não pode dar a caixinha pra qualquer um" , “tem que ser difícil”, a ideia de que sexo é algo perigoso e que os homens querem “tirar” de você, sexo como uma moeda de troca, filmes da Disney e comédias românticas...


Agora imagine esses dois indivíduos se encontrando na juventude ou na vida adulta e tentando se relacionar? Como isso pode dar certo?

Colocando assim de uma maneira bem caricatural fica muito explícito né?


E você pode dizer “ah mas eu não tive uma criação assim”, mas nós estamos sujeitas aos valores socioculturais da sociedade o tempo todo. Nossa casa é apenas um microcosmo de algo muito maior e nossos pais não podem e nem conseguem nos blindar de tudo o tempo todo, então muito provavelmente todas estas ideias chegaram até você de alguma forma, mais ou menos sutil, mas chegaram.


E o que tudo isso tem a ver com prazer?

Os homens desde muito cedo são criados numa postura de AUTONOMIA do próprio prazer. Quando eles vão para o sexo já sabem o que querem, como querem e quando querem. E se esforçarão para ter. E nós mulheres chegamos para o sexo como? Com que tipo de postura? Na posição de se SUBMETER, de DAR prazer. O sexo não nos é ensinado como forma de ter prazer também, não somos criadas para chegar na cama pedindo, mandando, fazendo e acontecendo. Aprendemos esse lugar de ceder, oferecer, responder ao desejo do outro, usar o sexo como prêmio...


"Ah coitado tá cansado, não precisa fazer sexo oral tanto tempo".

"Ah tadinho mas eu vou demorar pra gozar".

"Ah mas ele é tão legal comigo né? Merece sexo hoje”.

“Vou fingir orgasmo pra agradar, pra ele não se sentir mal né...coitadinho". Isso não é bom. Não é legal. Não é saudável.

Não é benéfico para nenhum dos dois, nem a curto e muito menos a longo prazo!


É tempo de nos responsabilizarmos pelo nosso prazer também, deusas.


Claro que sabemos que tem muito parceiro “mal de serviço”, mas isso só muda quando a gente muda também.

Não é o seu parceiro que “te faz gozar”, é você que se permite e se entrega ao prazer e ao orgasmo.

É você que precisa passar pelo processo de conhecer seu corpo, criar intimidade com você mesma, se tocar, se estimular, gozar com você mesma para depois gozar a dois.


Primeiro a gente transa e goza com a gente mesma, e depois compartilha...


Agarra esse Prazer, deusa! Ele é seu por direito!



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